Uma cena de destruição e perplexidade tomou conta do centro de Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro do Paraná, na noite da última Sexta-Feira (22). O empresário Marco Aurélio Moura, dono de um depósito de materiais de construção, utilizou uma retroescavadeira para invadir e destruir parte da estrutura de um cartório, após se revoltar com a demora na emissão de sua certidão de divórcio.
O estopim da revolta
Segundo informações da Polícia Civil, Moura já havia obtido decisão judicial que reconhecia o fim do casamento. No entanto, mesmo com a homologação do processo, a certidão ainda não havia sido entregue pelo cartório de registro. Irritado com a demora e alegando descaso, o empresário dirigiu o maquinário até a sede da instituição e, em poucos minutos, derrubou portões, paredes e mobiliário.
Testemunhas relataram que o empresário, visivelmente alterado, chegou a gritar que “os papéis estavam certos” enquanto destruía parte da fachada.
Ação policial e consequências
A Polícia Militar foi acionada imediatamente e acompanhou a retirada da retroescavadeira, que acabou apreendida. Moura foi conduzido à delegacia, prestou depoimento e, em seguida, foi liberado. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar crimes de dano ao patrimônio, ameaça e vias de fato.
Apesar da gravidade do episódio, ninguém ficou ferido. O cartório, contudo, precisou suspender os atendimentos no início desta semana. Em comunicado oficial, a instituição informou que deverá retomar as atividades no próximo dia 28 de agosto.
Repercussão e apoio popular
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e dividiu opiniões na comunidade local. Enquanto muitos criticaram a violência do ato, outros demonstraram apoio ao empresário, organizando até uma carreata em solidariedade ao gesto de protesto contra a burocracia.
Imagens do momento, incluindo o instante em que a namorada do empresário tenta contê-lo e o cartorário se aproxima, viralizaram em grupos de mensagens e foram transformadas em memes, ampliando ainda mais a repercussão.
Nota da defesa
Em comunicado à imprensa, a defesa de Marco Aurélio afirmou que o cliente “prestará os devidos esclarecimentos perante a autoridade competente” e reforçou que ele “respeita o devido processo legal”. O advogado ainda ressaltou que a reação, embora desmedida, foi motivada por um desgaste emocional acumulado diante da demora na resolução de um processo considerado simples.
O episódio evidencia o debate sobre a morosidade de serviços cartorários e a insatisfação de cidadãos diante de atrasos em processos burocráticos. Apesar da gravidade do caso, especialistas alertam que atitudes violentas não podem ser vistas como solução e apenas geram novos problemas jurídicos para os envolvidos.
Por Elisiane Conter com informações da TV TAROBÁ
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