Cerca de 250 integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) invadiram, na madrugada deste Sábado(07) a sede da Fazenda São Jorge, localizada na Linha Itapuí, zona rural de Quedas do Iguaçu, na região Sudoeste do Paraná. A ação teve início por volta das 4h e envolveu aproximadamente 50 veículos.
A propriedade, pertencente à família Mezzomo, fica a cerca de 8 quilômetros da área urbana e está situada entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Espigão Alto do Iguaçu. Diante da mobilização, equipes do Pelotão de Choque da Polícia Militar foram acionadas com reforços vindos de Cascavel, Laranjeiras do Sul e Francisco Beltrão para isolar a área e garantir a segurança.
Três pontos da estrada de acesso à fazenda foram interditados, o que afetou diretamente o tráfego local, prejudicando moradores e produtores rurais da região. A operação policial também utilizou drones para monitoramento aéreo e controle da situação.
De acordo com a Polícia Militar, não houve confronto direto com os ocupantes, mas foram registrados episódios de intimidação. O caseiro da fazenda foi agredido com coronhadas, sem ferimentos graves, e teria sido feito refém por um período durante a madrugada.
A FNL se apresenta como um movimento social que atua na defesa da reforma agrária e urbana. No entanto, em áudio divulgado entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o coordenador regional Jonas Fures declarou que o MST não tem relação com a ocupação. “Nós não estamos organizando novas ocupações”, afirmou.
Desocupação e desfecho
Por volta do meio-dia, os ocupantes iniciaram a saída voluntária da propriedade após negociação com os policiais. A reintegração de posse foi concluída ainda no sábado, sem resistência, e com a retomada do controle da área pela família proprietária. A estrada foi liberada e o trânsito restabelecido.
Repercussão e posicionamento de entidades
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e o Sindicato Rural de Quedas do Iguaçu emitiram nota condenando a invasão e cobrando providências do governo federal. O presidente do sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, classificou o episódio como "inadmissível" e afirmou que “o campo está sendo alvo de ações anarquistas, com total omissão das autoridades nacionais”.
A FAEP ainda destacou que este foi o segundo caso em menos de uma semana — o anterior ocorreu em Umuarama, também com ocupação de propriedade rural. Ambas as entidades reforçaram a defesa do Marco Temporal como garantia de segurança jurídica aos produtores rurais.
Contexto regional
Quedas do Iguaçu possui histórico de tensão fundiária, especialmente em áreas de disputa envolvendo grandes propriedades. A rápida mobilização da Polícia Militar e o uso de tecnologias como drones evidenciam a evolução dos protocolos de resposta a esse tipo de ocorrência.
As autoridades seguem monitorando a região, e diligências foram abertas para apurar responsabilidades e prevenir novas invasões.
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