Um marco para o cinema nacional está prestes a chegar às telonas: o filme “A Terra é Nossa” será lançado em outubro de 2025, trazendo à luz um dos episódios mais potentes – e pouco conhecidos – da história do Brasil. Produzido pela Fajugas Filmes, de Dois Vizinhos (PR), o longa-metragem retrata a Revolta dos Posseiros de 1957, movimento de resistência protagonizado por colonos e agricultores que, armados apenas de coragem, fé e amor à terra, enfrentaram o poder das grandes companhias de terras e a violência institucionalizada por jagunços e forças policiais.
O projeto nasce da inquietação e da paixão de Fábio Júnior Gaspar, que assina o roteiro, a direção geral e a produção executiva. Ex-vereador e radialista com raízes profundas no Sudoeste do Paraná, Fábio decidiu transformar um pedaço silenciado da história regional em uma poderosa obra audiovisual.
Baseado em fatos reais e no livro “Retorno 2”, de Sittilo Voltolini, o filme tem como fio condutor o relato de Jácomo Trento, o “Porto Alegre”, uma das lideranças do movimento. A narrativa percorre as violências sofridas pelos colonos: casas queimadas, ameaças constantes, perdas irreparáveis — e, ao mesmo tempo, evidencia a força da coletividade, da fé e da esperança de um povo que, mesmo diante do medo, resistiu.
“A Terra é Nossa” é uma superprodução independente, com qualidade cinematográfica em 4K e duração prevista de 90 minutos. Conta com uma equipe técnica e artística comprometida com a reconstrução precisa do contexto histórico. Personagens como Chapéu Preto, Zé Capeta, Maringá e Pé de Chumbo – jagunços reais, figuras emblemáticas da repressão – são retratados com fidelidade, mostrando ao público as camadas profundas do conflito que marcou para sempre a região.
A participação ativa de mulheres, seja na retaguarda da resistência, seja no enfrentamento direto, também ganha espaço no roteiro, reforçando o papel feminino na luta pela terra e pela vida.
O filme é, acima de tudo, um documento vivo. Um grito coletivo de memória que se recusa a ser esquecido. Com depoimentos emocionantes, cenas dramatizadas e uma narrativa envolvente, “A Terra é Nossa” denuncia, celebra e educa — tudo ao mesmo tempo.
Financiamento independente e apoio popular
Mesmo com as dificuldades para acessar recursos via leis de incentivo, como a Rouanet e a Paulo Gustavo, o projeto segue firme graças ao esforço pessoal do diretor e de apoiadores. Fábio Júnior Gaspar chegou a vender um terreno de sua propriedade para manter a produção. Agora, com a aprovação pela Ancine, o filme está apto a receber recursos via Lei do Audiovisual, permitindo que pessoas físicas e empresas destinem parte do seu Imposto de Renda para apoiar a finalização da obra.
Além disso, está ativa a campanha de arrecadação no site Vakinha https://www.vakinha.com.br/5336903 e doações também podem ser feitas via PIX (CNPJ 50.125.253/0001-60). Toda movimentação financeira é prestada com total transparência à comunidade.
Por que esse filme é tão importante?
Porque é o único registro em longa-metragem sobre uma revolta em que camponeses armados venceram o Estado.
Porque honra a memória de quem construiu o Sudoeste do Paraná com suor, sangue e esperança.
Porque fala sobre justiça, resistência, dignidade e verdade — temas atemporais e urgentes.
Porque cultura também é ferramenta de transformação e de reparação histórica.
Em outubro, o Brasil conhecerá uma história esquecida pelos livros, mas viva no coração de um povo inteiro. Uma história que mostra que quando a terra fala, ela fala com a voz de quem nela plantou e sangrou.
"A Terra é Nossa" não é apenas um filme. É um ato de coragem. É a história como ela realmente aconteceu. E agora, ela será contada.
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