O município de São Jorge D’Oeste, vive um momento histórico de transformação econômica e produtiva com a construção da maior queijaria do Brasil, empreendimento da indústria Piracanjuba, uma das maiores do setor lácteo nacional. Com investimento superior a R$ 600 milhões, o projeto é considerado um marco para o desenvolvimento regional e reposiciona o município no mapa estratégico da cadeia produtiva do leite, segundo análises do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social).
Uma estrutura industrial sem precedentes
Com 54 mil m² de área construída, a unidade da Piracanjuba terá capacidade para processar até 1,2 milhão de litros de leite por dia. A fábrica, considerada uma das mais modernas da América Latina, entrará em operação em duas fases: a primeira, com foco na produção de muçarela (39,4 mil toneladas/ano) e manteiga (7,9 mil toneladas/ano); e a segunda, prevista para 2025, dedicada à fabricação de whey protein (6 mil toneladas/ano) e lactose em pó (14,8 mil toneladas/ano) — derivados extraídos do soro do leite, com alto valor agregado.
Essa estrutura inédita no Brasil integra toda a cadeia de transformação do leite em um único parque industrial, o que, segundo especialistas, coloca São Jorge D'Oeste em sintonia com modelos produtivos adotados na Europa e nos Estados Unidos.
Inovação, emprego e sustentabilidade
O complexo industrial nasce com foco em eficiência tecnológica e sustentabilidade. Destaques incluem sistemas de tratamento e reaproveitamento de água, geração de biogás para autoconsumo energético e logística integrada de armazenamento. Estima-se a criação de 250 empregos diretos, além de impacto positivo sobre comércio, transportes, serviços e fornecimento agrícola em todo o município, que possui cerca de 9 mil habitantes.
A verticalização da produção, com transformação integral do leite e seus subprodutos, representa também uma estratégia de economia circular, reduzindo perdas e otimizando recursos. A fábrica contribui ainda para reduzir a dependência brasileira da importação de whey protein — atualmente 85% do insumo consumido no país é importado.
Contexto estratégico: o que diz o Ipardes
De acordo com o Ipardes, a chegada da Piracanjuba em São Jorge d’Oeste rompe um ciclo de estagnação industrial da região Sudoeste, tradicionalmente produtora de leite, mas até então carente de grandes indústrias processadoras. A região concentra cerca de 10% da produção estadual de leite, mas sofria com a falta de agregação de valor local.
Com o novo empreendimento, o município se torna ponto de articulação entre a agricultura familiar e a indústria de base tecnológica, com potencial para induzir melhorias na produtividade, na qualidade do leite e na profissionalização das propriedades rurais. Para o Ipardes, a iniciativa gera efeitos multiplicadores sobre emprego, renda, inovação e inclusão social, além de atrair novos investimentos e consolidar cadeias sustentáveis de produção.
Uma nova referência na indústria do leite
Com apoio do Programa Paraná Competitivo e financiamento do BNDES, o parque da Piracanjuba transforma São Jorge d’Oeste em referência nacional na cadeia leiteira, aproximando pequenos produtores da mais alta tecnologia industrial. Trata-se de um modelo de desenvolvimento que une setor privado, políticas públicas e base produtiva consolidada para fortalecer a economia rural e impulsionar o Paraná como protagonista da indústria de laticínios no Brasil.
“O parque Piracanjuba não transforma apenas uma indústria. Ele redesenha uma região, conectando o campo à inovação e gerando oportunidades que permanecerão por gerações”, conclui nota técnica do Ipardes.
Matéria baseada em informações do Ipardes, BNDES, AEN e relatórios institucionais da Piracanjuba.
Comentários: