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São Jorge D'Oeste

Segunda edição do Encontro da Velha Guarda do Esporte resgata a memória do futebol e reafirma a identidade comunitária de São Jorge D’Oeste

Entre os projetos futuros, a comissão considera ampliar a participação de entidades culturais e educacionais

Segunda edição do Encontro da Velha Guarda do Esporte resgata a memória do futebol e reafirma a identidade comunitária de São Jorge D’Oeste
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São Jorge D’Oeste promove no dia 27 de Dezembro a segunda edição do Encontro da Velha Guarda do Esporte, um evento dedicado ao resgate histórico do futebol amador no município e ao reencontro de ex-atletas que marcaram diferentes gerações. A programação será realizada no Estádio Mané Garrincha, a partir das 16h30, e contempla partidas entre jogadores acima de 50 anos e da categoria 60+, além de um jantar de confraternização aberto à comunidade.
A organização do encontro está a cargo de Tarcísio Thomaz, Juarez Basso, Nenê Caron, Milton Dalmasso, Marcelo Hack e Antônio Riguer. A comissão destaca que o evento não se resume a uma celebração esportiva, mas constitui um registro de memória coletiva em uma cidade onde o futebol desempenhou papel central na vida social.
Futebol como elo comunitário
Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, o futebol amador foi um dos principais espaços de convivência no interior do Paraná, especialmente em municípios com forte presença agrícola. Em São Jorge D’Oeste, a formação de equipes locais, as disputas entre comunidades e a participação em torneios regionais contribuíram para o fortalecimento do senso de pertencimento.
Relatos dos organizadores indicam que a prática esportiva era sustentada pela mobilização popular: deslocamentos para partidas eram feitos com caminhões adaptados, carroças e veículos improvisados; uniformes e bolas eram garantidos por doações; e a presença de famílias nos jogos era parte integrante das tradições dominicais.
Essas experiências consolidaram vínculos duradouros. Para muitos atletas veteranos, o encontro de novembro representa a oportunidade de reviver momentos que ajudaram a formar amizades, lideranças e, em alguns casos, carreiras profissionais.
Memória e homenagem
A primeira edição do encontro, realizada em 2023, demonstrou a força emocional desse resgate. Os organizadores lembram a participação de Roberto Tussi, ex-atleta que compareceu ao evento, reencontrou amigos e se emocionou ao revisitar sua trajetória esportiva, falecendo meses depois.
Esse episódio ampliou o caráter simbólico da iniciativa e reforçou a intenção de registrar e valorizar histórias individuais e coletivas antes que se percam com o tempo.
Esporte como instrumento social
Além do aspecto afetivo, o encontro projeta uma mensagem voltada às novas gerações. Para a comissão, o esporte amador foi responsável por transmitir valores como disciplina, solidariedade, convivência em grupo e respeito às regras, contribuindo para a formação cidadã.
Esse discurso encontra respaldo em estudos sociológicos sobre o papel do esporte em pequenas comunidades. Em regiões rurais ou de urbanização recente, atividades esportivas funcionam como mecanismos de integração social e prevenção de comportamentos de risco, oferecendo alternativas à desagregação social e ao isolamento.
Estrutura do evento
A programação do dia 27 prevê:
competições amistosas no Estádio Mané Garrincha;
participação de atletas veteranos nas categorias 50+ e 60+;
presença de ex-jogadores residentes em outras cidades e estados;
jantar organizado pelo Rotary Club, ao custo de R$ 35,00;
adesão aberta à comunidade.
Esse modelo busca conciliar esporte, convivência e inclusão familiar, permitindo a participação de filhos, netos e parentes dos jogadores.
Patrimônio cultural imaterial
Embora não formalizado como patrimônio cultural, o futebol amador de São Jorge D’Oeste constitui, segundo os organizadores, um elemento de identidade comunitária. Ao longo de décadas, campos improvisados, torneios rurais e clubes municipais serviram de espaço para:
socialização entre famílias;
construção de laços entre comunidades rurais e sede urbana;
desenvolvimento de lideranças locais;
fortalecimento de associações esportivas e entidades civis.
O encontro, nesse sentido, funciona como um capítulo de preservação histórica — uma tentativa de registrar parte de um passado que ainda vive na memória dos protagonistas, mas que corre o risco de se perder sem iniciativas de transmissão.
Desafio e continuidade
Entre os projetos futuros, a comissão considera ampliar a participação de entidades culturais e educacionais, registrar depoimentos de ex-atletas e criar um acervo fotográfico e documental sobre o esporte local. O objetivo é garantir que o evento não seja apenas comemorativo, mas também pedagógico e histórico.
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