O direito que protege quem produz: como o alongamento da dívida rural pode salvar propriedades e dar fôlego ao campo
Plantar é um ato de coragem. A cada safra, o produtor rural enfrenta riscos que fogem ao seu controle — a seca que chega na hora errada, o excesso de chuva, as pragas ou a queda dos preços no mercado. Diante dessas dificuldades, muitos agricultores veem o planejamento financeiro desabar.
Mas o que nem todos sabem é que existe um direito previsto em lei capaz de evitar que uma crise momentânea vire uma tragédia econômica: o alongamento da dívida rural.
Mais prazo, menos sufoco
O alongamento é a prorrogação do prazo de pagamento de financiamentos rurais, mantendo as mesmas taxas e condições do contrato original. É um direito garantido pela Lei nº 8.171/1991 e pela Súmula 298 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reconhecem que o agricultor não pode ser penalizado quando sofre prejuízos causados por fatores climáticos ou de mercado.
Para solicitar o benefício, o produtor deve apresentar laudos técnicos que comprovem as perdas e a viabilidade da sua atividade, além de protocolar o pedido antes do vencimento da parcela. Assim, ganha mais tempo para se reorganizar, evita cobranças judiciais e mantém o crédito aberto para continuar produzindo.
Especialistas alertam: cuidado para não confundir com refinanciamento
De acordo com especialistas em direito e gestão rural, muitos produtores confundem o alongamento com o refinanciamento da dívida. No refinanciamento, o banco cria um novo contrato, geralmente com juros mais altos e prazos mais longos, o que aumenta a dívida e transforma o problema em uma bola de neve.
Já o alongamento verdadeiro apenas estende o prazo, sem alterar juros ou valores, e garante que o agricultor possa se recuperar sem comprometer o futuro.
“Não é empurrar a dívida com a barriga — é permitir que o produtor siga plantando e sustentando sua família”, explicam especialistas. A medida protege o nome do agricultor, evita protestos e negativações, e assegura a continuidade da produção rural.
Um direito que mantém o produtor no campo
O alongamento da dívida rural é mais do que uma alternativa financeira: é uma ferramenta de sobrevivência e dignidade para quem faz o país crescer.
Garantir esse direito é manter viva a força que sustenta São Jorge D’Oeste e o agronegócio do Sudoeste do Paraná.
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