Evento marcou também os 60 anos da Escola Estadual e Municipal do Campo e reuniu comunidade, universidades e autoridades locais em torno da valorização da agricultura familiar e da preservação ambiental.
A comunidade de Nova Sant’Ana, interior de São Jorge D’Oeste, foi palco, no dia 7 de outubro, da segunda edição da Festa das Sementes Crioulas, promovida pela Escola Estadual do Campo Nova Sant’Ana e pela Escola Municipal do Campo Santana. O encontro teve como tema “Produzir e partilhar sementes é preservar a vida” e destacou a importância das sementes crioulas como símbolo de resistência, soberania alimentar e identidade cultural das comunidades rurais.
O evento coincidiu com a comemoração dos 60 anos de fundação da escola da comunidade, um marco histórico celebrado com atividades culturais, palestras e a presença de diversas instituições de ensino e pesquisa LottiValorização do campo e saberes tradicionais
Durante a programação, representantes de entidades parceiras apresentaram projetos e reflexões sobre sustentabilidade e preservação ambiental. A engenheira agrônoma Elisangela Bellandi, da Assesoar, conduziu uma palestra sobre o papel das sementes crioulas na manutenção da biodiversidade agrícola. O Projeto Amarbem, que cultiva e distribui plantas medicinais, também esteve presente, ao lado de Isaac Miola, guardião das sementes crioulas do Sudoeste do Paraná.
A iniciativa contou ainda com o apoio de universidades, como a Unioeste, campus de Francisco Beltrão, e a UTFPR, campus de Dois Vizinhos, além do IDR-Paraná, Núcleo Regional de Educação, APP-Sindicato, Secretaria Municipal de Educação e representantes do poder público municipal. Entre as autoridades, participaram o prefeito Gelson Coelho, o vice-prefeito Gilmar Paixão e o vereador Claudinei Cordeiro.
Educação, cultura e sustentabilidade
De acordo com os organizadores, a Festa das Sementes Crioulas é mais do que uma celebração: trata-se de um espaço de formação e integração entre escola, comunidade e instituições de ensino. O evento busca resgatar práticas agrícolas sustentáveis, fortalecer o vínculo entre gerações e promover o diálogo entre o conhecimento científico e o saber tradicional do campo.
“A agricultura familiar tem papel essencial na produção de alimentos saudáveis e na conservação das variedades crioulas, que são patrimônio genético e cultural das comunidades”, destacou uma das educadoras envolvidas na organização.
O tema deste ano refletiu sobre os desafios ambientais contemporâneos, como estiagens e chuvas intensas, e reforçou a necessidade de práticas agrícolas harmônicas com a natureza. A proposta é despertar entre os estudantes a consciência sobre autonomia produtiva e soberania alimentar, estimulando o cuidado com o solo, as sementes e o meio ambiente.
Tradição que se renova
Encerrando as atividades, a comunidade reafirmou o compromisso de manter a Festa das Sementes Crioulas como evento anual, integrando o calendário escolar e comunitário.
Com a união de escolas, agricultores e instituições, Nova Sant’Ana consolida-se como um exemplo de como a educação do campo pode fortalecer a cultura local, preservar a biodiversidade e inspirar novas gerações a produzirem de forma consciente e solidária.
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