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Rendimentos per capita: paranaense nunca ganhou tanto quanto em 2023, diz IBGE

Valor mensal chegou a R$ 24 bilhões; no entanto, pesquisa ainda aponta a persistência da desigualdade

Rendimentos per capita: paranaense nunca ganhou tanto quanto em 2023, diz IBGE
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No ano passado, com a melhora do mercado de trabalho e o aumento do número de beneficiários de programas sociais, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita no Paraná chegou a R$ 24 bilhões, o maior valor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, iniciada em 2012.

Na comparação com o ano anterior, o aumento foi de 9,9%, ao passo que em relação a 2019 (R$ 23 bilhões), ano que até então marcava o maior valor da série histórica, a expansão foi de 4,3%. Os dados fazem parte do módulo Rendimento de todas as fontes, da PNAD Contínua, e foram divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre todas as unidades da federação, o Paraná registrou o 5º maior “bolo de rendimentos” do país. Apenas São Paulo (R$ 114,2 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 40,7 bilhões), Minas Gerais (R$ 40,3 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 26 bilhões) apresentaram resultados mais expressivos. No Brasil, a massa do rendimento mensal somou o montante de R$ 398,3 bilhões.

Além disso, em 2023 o rendimento médio mensal real domiciliar per capita cresceu 9,2% ante 2022 no estado, ao alcançar o valor de R$ 2.046 e também atingir o maior patamar da série histórica, superando o registrado em 2018 (R$ 2.025).

Esses indicadores consideram todas as origens de rendimento, ou seja, além dos provenientes do trabalho, há a categoria outras fontes, que é composta por aposentadoria e pensão, aluguel e arrendamento, pensão alimentícia, doação e mesada de não morador e outros rendimentos.

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita do Paraná fica acima da média nacional (R$ 1.848), aparecendo como o sexto maior do país entre todas as unidades federativas. Apenas Distrito Federal (R$ 3.215) São Paulo (R$ 2.414), Rio de Janeiro (R$ 2.305), Rio Grande do Sul (R$ 2.255) e Santa Catarina (R$ 2.224) apresentam um rendimento médio maior que o paranaense.

“O aumento considerável da massa de rendimento do trabalho em 2023, comparando com o ano anterior, se deve tanto à expansão da população ocupada quanto à elevação do rendimento médio do trabalho”, explica Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa do IBGE, apontando ainda que a expansão no número de pessoas ocupadas com rendimento do trabalho foi fundamental para o resultado (no ano pasasdo, em relação a 2022, o Brasil tinha 4 milhões a mais de pessoas ocupadas.

“Com essa expansão, a massa de rendimentos do trabalho também superou o valor de 2019, até então o ano com o maior valor da série da PNAD Contínua”, explica Geaquinto.

 

Mais ricos são 1% da população, mas ficam com 10 das 100 fatias do “bolo”
A pesquisa do IBGE também traz dados relevantes sobre a desigualdade de renda. Uma delas aponta que os 10% da população paranaense com o menor rendimento médio mensal real domiciliar per capita sobrevivia com uma quantia de R$ 316 por mês. Por outro lado, o 1% mais abastado dos paranaenses recebia R$ 20.749 num mês – o que significa que o 1% mais rico recebe 66 vezes mais num mês do que os 10% mais pobres.

A análise do “bolo de rendimentos” também ajuda a demonstrar o quão profunda é a desigualdade paranaense. Isso porque, dos R$ 24 bilhões da massa de rendimento mensal real domiciliar per capita, R$ 8,8 bilhões ficam com 10% da população com maior renda, sendo que o 1% mais abastado concentra R$ 2,45 bilhões desse montante.

Ou seja, a décima fatia mais rica da população concentra 36,8% dos rendimentos, sendo ainda que 9,7% do “bolo de rendimentos” fica nas mãos de 1% da população que recebe maiores redimentos.

 

Índice de Gini apresenta melhora
O índice de Gini, que mede a concentração da distribuição de renda em uma população, foi de 0,463 no Paraná em 2023, resultado melhor que o do ano anterior (0,470), mas ainda inferior ao registrado nos anos de 2015 (0,453) e 2020 (0,462). O valor do indicador varia de zero (perfeita igualdade) a um (máxima desigualdade).

No Brasil, o Índice de Gini no ano passado foi de 0,518, repetindo o resultado de 2022. Já entre as unidades federativas, apenas Santa Catarina (0,418), Mato Grosso (0,452) e Rondônia (0,455) apresentaram resultados melhores que o paranaense.

Para Gustavo Geaquinto, o cenário de estabilidade no Brasil é explicado tanto pelos movimentos no mercado de trabalho quanto pela ampliação dos programas sociais. “No último ano, houve aumento importante da população ocupada, ou seja, muita gente que estava fora do mercado de trabalho, sem renda do trabalho, foi reinserida. No entanto, o rendimento do trabalho cresceu a uma taxa mais elevada na classe dos 10% da população ocupada de maior renda. Por outro lado, também houve um crescimento considerável dos rendimentos de outras fontes, sobretudo da rubrica outros rendimentos, que inclui os programas sociais. Isso beneficiou fortemente a população de menor renda. Então houve esse efeito dos dois lados”.

FONTE/CRÉDITOS: Bem Paraná
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